No dia em que os médicos realizam uma nova paralisação de 48 horas, o ministro da Saúde Paulo Macedo vai transferir 300 milhões de euros para os hospitais.
O valor consta num despacho assinado pelo ministro a 26 de junho e tem como objetivo criar condições financeiras nos hospitais do setor empresarial do Estado para a não acumulação de novos pagamentos em atraso e financiar um conjunto de investimentos prioritários como a aquisição de equipamento hospitalar.
O reforço acontece numa altura delicada, recorda o Diário Económico, em que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) realiza uma nova greve contra as políticas que visam “desarticular e destruir os serviços públicos”.
“Os médicos sofrem hoje múltiplas restrições no seu desempenho profissional, estão confrontados com limitações ao exercício pleno das suas funções profissionais e sentem que a qualidade assistencial se vai desagradando”, afirma o dirigente da FNAM Mário Jorge Neves, enquanto o ministro considera que a situação “não é construtiva para o país” e que a “autonomia dos hospitais deve variar na devida proporção da excelência da sua gestão” e que a “máxima responsabilidade merecerá certamente maior autonomia”.
Em entrevista ao Diário Económico, Paulo Macedo refere que nesta greve “não existem matérias de natureza laboral que não estejam a ser negociadas ou já resolvidas” e que faz parte “de um conjunto de ações concertadas com a luta partidária e foi antecipada pelas CGTP”.