"Esta Ribeira das Naus é o ponto de entroncamento de dois eixos, o eixo da Baixa mas também o eixo ribeirinho, fundamental na cidade de Lisboa, com uma larga extensão de 19 quilómetros", disse António Costa, frisando que o objetivo das intervenções no local é ter um "usufruto pleno de todas as oportunidades que esta frente ribeirinha oferece à cidade".
O autarca falava aos jornalistas no final de uma visita àquela avenida, onde foram hoje oficialmente reabertas a Doca da Caldeirinha e a Doca Seca, recuperadas durante a segunda etapa de intervenção na Ribeira das Naus.
Anteriormente tinha sido feita uma viagem em embarcações tradicionais no rio Tejo, entre o Terreiro do Paço e a Ribeira das Naus.
A segunda fase das obras começou há cerca de um ano, quando a Câmara de Lisboa inaugurou a primeira fase das obras na frente ribeirinha daquela avenida que incluiu a requalificação de infraestruturas, a construção da nova avenida e o avanço da margem sobre o rio.
Nesta intervenção mais recente foi também criado um novo jardim, que já atrai várias pessoas ao local. Segundo António Costa, "este é um exemplo de como o espaço público pode ter usos múltiplos".
Estas obras estão enquadradas num "processo de revitalização progressiva da zona da Baixa [Pombalina]", adiantou o presidente.
O trânsito na Ribeira das Naus só reabrirá em setembro, com "muitas restrições", anunciou António Costa na quarta-feira, explicando que a avenida será encerrada à circulação automóvel aos fins de semana e durante o período de férias escolares. O trânsito foi cortado em abril, para finalizar a segunda fase de requalificação.
Na cerimónia estiveram presentes o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, os vereadores Manuel Salgado (Planeamento), Paula Marques (Desenvolvimento Local), Jorge Máximo (Obras), José Sá Fernandes (Estrutura Verde), o vereador social-democrata Fernando Seara, assim como o chefe de Estado Nobre da Armada, Macieira Fragoso, em representação da Marinha Portuguesa, que foi parceira nas obras.
Também marcou presença o presidente da junta de freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), que afirmou à Lusa estar agradado com o resultado das obras: "É, de facto, uma devolução à cidade e aos nossos cidadãos de um espaço de lazer".
Sobre as alterações introduzidas ao trânsito na avenida, o autarca considerou que vão permitir "um maior usufruto" da Ribeira das Naus "quando as pessoas têm mais disponibilidade".
A Câmara de Lisboa aproveitou a ocasião para homenagear a engenheira Natércia Cabral, antiga presidente da administração do Porto de Lisboa, o arquiteto João Biencard Cruz, que liderou a gestão da frente ribeirinha de Lisboa e os almirantes José de Melo Gomes e José Saldanha Lopes, que representaram a Marinha no delineamento das intervenções na Ribeira das Naus.
No final da cerimónia, foi ainda inaugurada a exposição "Maresias -- Lisboa e o Tejo 1850-2014", no Torreão Poente, Terreiro do Paço, que está patente até 19 de dezembro. Este núcleo museológico é um dos cinco que vão passar a constituir o Museu de Lisboa, antigo Museu da Cidade, cujo objetivo é contar a história da capital portuguesa através de diferentes espaços.
AYMN/FZM // PJA
Noticias Ao Minuto/Lusa