Em comunicado entretanto divulgado e no qual o sindicato faz o balanço da greve de hoje, o mesmo refere que "tal como era esperado, a adesão dos trabalhadores é total".
De acordo com a direcção do sindicato, "desta forma os trabalhadores demonstram claramente que não aceitam trabalhar nos feriados em virtude de a empresa apenas lhe pagar o equivalente ao valor de metade das horas que o mesmo realizar (em média cerca de 1,80 euros por hora) ou compensar a metade das horas trabalhadas".
Assinala ainda o sindicato que "nestes casos os trabalhadores não recebem qualquer complemento por trabalhar nos feriados, situações em que [os trabalhadores] pagam para trabalhar".
Os revisores, dizem, apresentaram-se todos para a realização dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral.
Esta manhã, fonte da empresa disse à Lusa que a circulação de comboios na CP está praticamente paralisada, devido à greve dos maquinistas, tendo-se realizado apenas dois comboios de serviços mínimos e um internacional.
"Se não existisse a greve que está em curso, no dia de hoje -- até às 08:00 -- teriam circulado 131 comboios", afirmou a porta-voz da empresa, Ana Portela, segundo a qual os trabalhadores não estão a apresentar-se para cumprir os serviços mínimos.
Segundo a mesma fonte, havia 34 comboios de serviços mínimos decretados, tendo-se cumprido apenas dois, além de um internacional que não estava incluído nesta obrigação.
Toda a restante oferta esteve suprimida.
Contactado pela Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), António Medeiros, defendeu que não se justificam os serviços mínimos por se tratar de um dia feriado.
"Além disso, há transportes rodoviários alternativos. A menos que haja qualquer situação de emergência - e isso o sindicato está sempre disponível para assegurar - não há fundamentação de qualquer necessidade social e impreterível", declarou.
António Medeiros indicou que a circulação tem estado "toda parada", à excepção dos comboios conduzidos por dois trabalhadores que regressaram de fora da sede.
A paralisação de hoje vai ter efeitos ao longo da madrugada e manhã de domingo, devendo a situação ficar normalizada até ao meio-dia, de acordo com a mesma fonte.
A greve foi convocada por vários sindicatos para contestar as alterações ao Código do Trabalho, nomeadamente a redução de 50% no valor pago em dia feriado.