De acordo com o relatório Semestral da Procuradoria-Geral da Distrital de Lisboa, realizado por Francisca van Dunem, a justiça portuguesa demora em média “dois anos, oito meses e 16 dias” a resolver crimes de tráfico de influências, peculato, corrupção ativa, passiva ou fraudes bancárias. Isto significa que perde 10 vezes mais tempo com estes crimes do que com a média de outros crimes, que levam cerca de três meses e um dia a resolver.
Segundo o documento, foram 53 os inquéritos investigados sobre este tipo de crime no ano passado, o que representa um aumento de 23 casos em comparação com o ano anterior.
Quanto ao valor ganho com estes processos, o Ministério Público amealhou 12 milhões de euros (em 2012, tinha conseguido 1,3 milhões).
Para o procurador-geral adjunto da procuradoria distrital de Lisboa, José António Branco, isto serve “para destroçar o mito de que nunca nada acontece a quem pratica este tipo de crime”, embora também admita que há “problemas a resolver”.
A distrital de Lisboa teve este ano 97.612 processos em mão, cabendo a cada procurador cerca de 148 processos. Registaram-se, portanto, menos 8.200 crimes que em 2012, sendo que a maioria dos casos (62%) foram resolvidos antes de chegarem a tribunal, através, por exemplo, do pagamento de multas.