Enfermeiros exigiram mais 140 profissionais para o distrito de Leiria

Cerca de 20 enfermeiros concentraram-se hoje à tarde, em frente à Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, em Coimbra, para exigir a contratação de mais 140 profissionais para o agrupamento Pinhal Litoral, no distrito de Leiria.

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Lusa
14/08/2014 18:05 ‧ 14/08/2014 por Lusa

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Coimbra

"De acordo com o rácio recomendado, deve haver um enfermeiro para cada 350 famílias. Ou seja, seriam necessários 288 enfermeiros e de momento apenas há 148" no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Pinhal Litoral, observou José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), presente na concentração.

Segundo o presidente do SEP, "os enfermeiros estão a trabalhar por dois, estão cansados, trabalham mais horas e num ritmo mais intenso", ficando "coisas por fazer", como é o caso do trabalho de prevenção.

Num ACES que abrange cerca de cem mil famílias, esta situação está a afetar, entre outros, "os diabéticos, por não poderem ter consultas regulares", "as crianças com menos de um ano de idade, em que não é possível fazer visitas regulares" e "o trabalho com hipertensos também sai afetado", alertou José Carlos Martins.

O presidente do SEP falava à comunicação social durante a concentração de enfermeiros daquele ACES, que abrange os concelhos da Batalha, Leiria, Pombal, Porto de Mós e Marinha Grande, que estão hoje em greve, entre o meio-dia e a meia-noite.

Após a concentração, os enfermeiros reuniram com o presidente da ARS do Centro, José Tereso.

Paulo Anacleto, coordenador regional do SEP, disse à agência Lusa que, na reunião, a administração regional informou que propôs ao Ministério da Saúde a contratação de mais dez enfermeiros para o ACES Pinhal Litoral, que se irão juntar aos dois novos enfermeiros que entraram no início de agosto.

"É manifesta e claramente insuficiente e vamos continuar a lutar para que não sejam apenas mais dez enfermeiros", frisou Paulo Anacleto.

Durante a concentração, onde se viam alguns balões pretos, enfermeiros empunhavam cartazes onde se podia ler "enfermeiros dizem não à exploração" ou "dotações seguras salvam vidas".

Paulo Gomes, enfermeiro no Centro de Saúde da Marinha Grande há seis anos, disse à agência Lusa que, devido à falta de profissionais, tem de "trabalhar a dobrar", notando "a sobrecarga no dia-a-dia".

Ana Laura Baridó, também enfermeira naquela centro de saúde, sublinhou que "há uma discrepância entre o número de enfermeiros e as necessidades" das unidades.

Os enfermeiros estão "hoje mais longe da população, porque não têm o tempo necessário", observou, frisando que "a maior parte dos enfermeiros faz mais do que as 40 horas" semanais.

"Estamos cansados e ninguém nos ouve", concluiu.

Até ao momento, a agência Lusa não conseguiu obter um comentário à situação por parte da ARS do Centro.

 

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