De acordo com o noticiado esta terça-feira pelo Público, o Governo terá reservado dois milhões de euros, reunidos através do pagamento de multas pelos automobilistas, para a aquisição de novas viaturas para a PSP e GNR.
Com a disponibilização desta verba por parte do Ministério da Administração Interna, o orçamento para 2013 e 2014 para as polícias portuguesas, consignado a este fim, passou de 14 milhões para 16 milhões de euros.
A decisão é justificada pelos responsáveis ministeriais com “o reforço do combate à sinistralidade rodoviária e à reorganização em curso nas forças de segurança”, sendo que as verbas destinam-se à aquisição de viaturas pela GNR e PSP”, que recebem, explica o Público, através da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, em partes iguais para cada corporação.
A ideia causou, todavia, desagrado aos agentes da autoridade, por considerarem que poderá ser mal percebida pelos portugueses, que eventualmente pensarão que a polícia anda à caça de multas para daí retirar ‘proveitos’.
“O Estado vê-se obrigado a canalizar as verbas das coimas para comprar automóveis para as polícias. E isso pode levar a um entendimento por parte das pessoas que não é muito positivo. Podem pensar que os polícias estão motivados a passar mais multas para ter mais e melhores carros”, critica o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, representante da maioria dos profissionais da PSP.
Mas a ideia é também partilhada pela Guarda Nacional Republicana. “Acho que o Estado não deveria estar a anunciar isso dessa maneira. Não gosto do método. Deveria existir um orçamento próprio para isso”, afirmou ao Público José Alho, presidente da Associação Socioprofissional da Guarda.
Relembre-se que em julho, o ministro Miguel Macedo entregou 57 novas viaturas ligeiras e 15 motociclos à GNR, aumentando assim o número de veículos ao serviço das forças de segurança, que está próximo dos 9.000 e que terá uma antiguidade média entre os 12 e 13 anos.