Situada na Quinta da Torre, a Escola da Armada foi encerrada oficialmente a 31 de agosto de 2009, ano em que os militares foram transferidos para a Base Naval do Alfeite, em Almada, onde a Marinha concentrou a formação.
Fontes policiais adiantaram à agência Lusa que, entre 2011 e 2012, o local foi assaltado 15 vezes, tendo sido efetuadas duas detenções por furto de cobre. Uma das fontes salientou que os assaltantes "roubaram quase tudo" o que havia para roubar.
"Levaram torneiras, alumínios, peças de transformadores e centenas de metros de cobre. Partiram vidros e janelas e as ligações elétricas foram destruídas. Um cenário de vandalismo e pilhagens, que causou milhares de euros de prejuízos", contou a mesma fonte policial.
A partir de 2012, ano em que foi contratada uma empresa de segurança privada, a polícia não tem registo de mais nenhum assalto.
Criado em 1961, a antigo estabelecimento militar de ensino da Marinha englobava as Escolas de Alunos Marinheiros e de Sargentos, e as Escolas Técnicas de Comunicações, Armas Submarinas, Informações em Combate, Máquinas, Eletrotecnia e Abastecimento.
Em 2010, o Estado vendeu os 15 hectares, que incluem os edifícios, duas piscinas e ginásio, por cerca de oito milhões e meio de euros à Estamo - Participações Imobiliárias SA, um terço do valor que pedia em 2003, 24 milhões de euros.
Em relação ao processo de venda da antiga escola militar, o mesmo continua parado.
"Neste momento ainda não há qualquer novidade sobre o assunto, tendo a Estamo autorizado a GNR a usar o espaço como campo de treinos enquanto não haja avanço neste processo", explica a empresa.
Devido às restrições impostas pelo Plano Diretor Municipal não é possível urbanizar os cerca de 15 hectares.
A câmara de Vila Franca de Xira, apesar de já ter demonstrado no passado, por várias vezes, vontade em ficar com o espaço, diz agora que "não o pretende adquirir", o qual tem um valor de referência para venda entre os oito e os oito milhões e meio de euros.
"O interesse da câmara municipal no espaço existe, mas está condicionado pela situação financeira que o país vive", justificou o município em resposta escrita enviada à Lusa, em dezembro de 2011, ano em que defendia para o local, localizado junto ao rio Tejo, a instalação de serviços de educação, desporto ou saúde.