Quando Filipe Lobo D’Ávila era ainda secretário de Estado da Administração Interna, a Everjets interpôs um processo judicial contra aquele ministério, através do qual reclamava as condições do concurso público para fornecer meios aéreos ao Estado. Representada pela Telles de Abreu e Associados, a empresa acabou por ganhar o recurso em Tribunal, o que obrigou o Ministério da Administração Interna (MAI) a lançar um novo concurso que viria a ser adjudicado à empresa de Famalicão.
Segundo o jornal i, nos pareceres jurídicos do Governo recomendava-se que se avançasse com um recurso à sentença do Tribunal de Braga, decisão que o MAI decidiu ignorar, alegando que tal iria atrasar o concurso para a altura dos incêndios florestais.
Hoje, já longe das funções de secretário de Estado, Filipe Lobo d’Ávila é sócio da associação de advogados que defendeu a Everjets, mas que, garante o MAI, nada teve a ver com a decisão de não recorrer da sentença.
Sobre o facto de o ex-secretário de Estado estar a exercer funções na Telles de Abreu e associados, o MAI defende que são “questões do foro profissional” após “cessação de funções como secretário de Estado”.
Já a Everjets está a ser investigada por supostamente ter apresentado, na fase inicial do concurso, e antes da decisão do Tribunal de Braga, falsos manuais de voo.