Processos-crime graves em "risco sério" de prescrição

A reforma do Mapa Judiciário entrou, na segunda-feira, em vigor e as críticas não param de surgir um pouco por todo o lado. Em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados alertou para o facto de esta mudança acarretar um ?risco sério? de prescrição de processos-crime de maior gravidade.

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Notícias Ao Minuto
02/09/2014 08:28 ‧ 02/09/2014 por Notícias Ao Minuto

País

Advogado

Paula Teixeira da Cruz é a mulher de quem se fala no momento. A ministra da Justiça está a ser alvo de duras críticas desde ontem, dia em que entrou em vigor o novo Mapa Judiciário.

O Jornal de Negócios conversou com o presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados que alertou para o facto de existir o perigo de alguns processos-crime, de maior envergadura, poderem vir a prescrever.

“Estes processos vão ser verificados manualmente pelos funcionários um a um para ver se há arguidos presos, se os prazos estão em risco de ser ultrapassados e para verificar a necessidade de eventuais diligências”, começou por explicar António Jaime Martins.

O responsável acrescentou ainda que esta situação, e referindo-se a tribunais nos quais os processos-crimes têm de ser revistos manualmente, tal como acontece em Loures, acarreta riscos.

“Há aqui um risco sério de prescrição de prazos e até de processos”, sublinhou.

Mas António Jaime Martins não é o único a apontar baterias à ministra. Ontem, no Primeiro Jornal da SIC, a bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga acusou Paula Teixeira da Cruz de estar a criar uma Justiça para pobres e outra para ricos, alertando para o facto de a falta de recursos económicos aliada à ausência de infraestruturas judiciais levar as pessoas a fazer “justiça pelas próprias mãos”.

Em sua defesa, a ministra que foi entrevistada também ontem no Jornal da Noite da estação de Carnaxide garantiu que não irá colocar a reforma em causa e que “aquilo que se está a passar é de uma grande tranquilidade”.

“Nunca porei a reforma em causa, se tiver de deslizar qualquer questão, um, dois, três, quatro dias, porque isto é de facto uma grande reorganização”, asseverou.

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