Paula Teixeira da Cruz é a mulher de quem se fala no momento. A ministra da Justiça está a ser alvo de duras críticas desde ontem, dia em que entrou em vigor o novo Mapa Judiciário.
O Jornal de Negócios conversou com o presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados que alertou para o facto de existir o perigo de alguns processos-crime, de maior envergadura, poderem vir a prescrever.
“Estes processos vão ser verificados manualmente pelos funcionários um a um para ver se há arguidos presos, se os prazos estão em risco de ser ultrapassados e para verificar a necessidade de eventuais diligências”, começou por explicar António Jaime Martins.
O responsável acrescentou ainda que esta situação, e referindo-se a tribunais nos quais os processos-crimes têm de ser revistos manualmente, tal como acontece em Loures, acarreta riscos.
“Há aqui um risco sério de prescrição de prazos e até de processos”, sublinhou.
Mas António Jaime Martins não é o único a apontar baterias à ministra. Ontem, no Primeiro Jornal da SIC, a bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga acusou Paula Teixeira da Cruz de estar a criar uma Justiça para pobres e outra para ricos, alertando para o facto de a falta de recursos económicos aliada à ausência de infraestruturas judiciais levar as pessoas a fazer “justiça pelas próprias mãos”.
Em sua defesa, a ministra que foi entrevistada também ontem no Jornal da Noite da estação de Carnaxide garantiu que não irá colocar a reforma em causa e que “aquilo que se está a passar é de uma grande tranquilidade”.
“Nunca porei a reforma em causa, se tiver de deslizar qualquer questão, um, dois, três, quatro dias, porque isto é de facto uma grande reorganização”, asseverou.