Entre a meia-noite e as 18h30 de ontem, o Citius deixou de funcionar. Para um antigo gestor do sistema informático que fez parte da equipa que a 4 de fevereiro se demitiu em bloco, não foi surpresa. Ao Diário de Notícias, e sem se identificar por receio de um processo disciplinar, considerou que “é inadmissível que o Ministério não tenha concebido há dois anos um novo sistema que comportasse as alterações do novo mapa judiciário”.
O Citius foi ‘abaixo’ cinco dias depois de transferência eletrónica de 3,5 milhões de processos judiciais. A reforma judiciária tem sido feita em cima do sistema informático anterior e, para este gestor, o atual Citius “não está preparado para a nova realidade judiciária”. O que falta? “Um novo edifício informático”, explicou ao mesmo jornal.
A ministra tinha adiantado que as falhas estariam resolvidas até Às 10h da manhã, uma garantia precoce, já que só ao fim do dia é que o sistema voltou a estar ativo e, ainda assim, com problemas.
Contactado pelo Diário de Notícias, Túlio Machado Araújo, advogado, confessou que a situação estava “muito confusa” e que, “até o site continuar indisponível” vou necessário encontrar outras alternativas, “como enviar os processos por correio ou táxi”. “Estar sem sistema informático é como não ter mãos”, queixou-se ainda.