Especialista defende que água residual pode ser reutilizada

A água residual, resultante da utilização humana, pode voltar a ser usada, em lagos ou rega nas cidades, mas também pode ser transformada em nutrientes e energia, para evitar desperdício, afirmou hoje o presidente do congresso mundial da água.

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Lusa
11/09/2014 07:40 ‧ 11/09/2014 por Lusa

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"Cada vez mais uma água residual não é algo que queiramos rejeitar, é algo que queremos transformar essencialmente em três produtos", disse à agência Lusa Jaime Melo Baptista, a propósito da realização do Congresso Mundial da Água, entre 21 e 26 de setembro, em Lisboa.

Na reutilização deste recurso, o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), referiu o tratamento para que a água fique "com qualidade adequada para permanecer dentro do tecido urbano", por exemplo, em lago e zonas verdes, mas também transformar em nutrientes e em energia.

Este é um dos temas a tratar no congresso da Associação Internacional da Água (IWA, na sigla em inglês) que espera receber entre quatro e cinco mil participantes, vindos de 90 países de todo o mundo, para assistir a 47 ´workshops´, 90 sessões técnicas, 44 foruns de negócios, cerca de 30 reuniões de especialistas e uma exposição, onde estarão representadas cerca de 200 empresas.

Um dos pontos realçados por Melo Baptista para mostrar a dimensão desta iniciativa é a estimativa de que "o grupo de delegados implique despesas no país da ordem dos 15 a 16 milhões de euros".

Quanto à presença de portugueses, será a maior de sempre num congresso da IWA, o que "está claramente acima das expetativas", pois já estão inscritos 500 portugueses, correspondendo a cerca de 120 organizações portuguesas presentes, segundo Melo Baptista.

Outros temas a analisar no congresso estão assuntos ligados às cidades, sua ligação com a água e evolução no tempo, já que "têm de saber viver em conjunto" e os responsáveis "têm de saber integrar muito bem as questões da água no desenvolvimento das cidades", explicou o presidente da ERSAR.

"A água não é meramente um elemento necessário para abastecer uma população, é um elemento que deve fazer parte do desenvolvimento urbano e isso coloca muitos desafios, como sabermos usar a água com maior parcimónia no futuro e não rejeitar a água residual, conmo hoje fazemos nos recursos hídricos, após tratamento", especificou.

A procura de recursos alternativos àqueles tradicionalmente usados e tornar as infraestruturas que permitem o acesso mais resilientes face aos desafios de cheias e secas, devido às alterações climáticas, também vão estar em foco no congresso.

Melo Baptista disse ainda que a gestão partilhada de bacias é um tema sempre presente, assim como questões entre a água e a energia, muitas vezes pouco trabalhados em conjunto.

A governança dos sistemas de abastecimento e de saneamento, a sustentabilidade económica e financeira, ou a água e a saúde, o recurso a novas tecnologias, o aproveitamento de nutrientes e os direitos humanos são outros assuntos a analisar.

O congresso vai trabalhar sobre a Carta de Lisboa, composta por um conjunto de recomendações fundamentais sobre o que deve ser feito por governos, entidades reguladoras, prestadores de serviços e consumidores para a disponibilização de serviços mais eficientes.

EA//GC.

Noticias Ao Minuto/Lusa

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