"Estamos unidos na necessidade e na vontade de viver melhor" em Portugal, disse Carlos Fiolhais, diretor do Centro Ciência Viva Rómulo de Carvalho, da Universidade de Coimbra (UC), na apresentação do programa da Noite Europeia dos Investigadores.
Em Coimbra, as atividades desta iniciativa da Comissão Europeia, envolvendo mais de 100 investigadores da UC, servirão para "mostrar que os cientistas não gostam de ser cortados" no seu trabalho.
Ao defender que a investigação científica "é uma atividade que devia interessar ao país", Carlos Fiolhais disse que a ciência em Portugal "não esteve bem nos últimos três anos", após ter registado um crescimento significativo.
"A ciência cresceu muito. Mas agora querem cortar nos centros de investigação para metade, incluindo em Coimbra", acrescentou, ressalvando que falava a título pessoal.
O diretor do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Paulo Gama Mota, corroborou a necessidade de o país investir na investigação científica.
"Portugal precisa da ciência, que é um motor absolutamente essencial do desenvolvimento", defendeu Paulo Gama Mota.
Carlos Fiolhais acusou o Governo de pretender "cortar também na salsicha científica", a par dos cortes na educação.
Na segunda-feira, após comentar o relatório do Conselho Nacional de Educação sobre o estado da educação em Portugal, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou: "Sabemos que ainda temos um caminho longo a percorrer, porque sabemos melhor do que ninguém que aumentar a chamada salsicha educativa não é a mesma coisa que ter um bom resultado educativo. Foi assim que no passado a generalização de novos graus de ensino não correspondeu a um salto qualitativo mais exigente no produto escolar".