Caso não existisse tanto trânsito e as cidades fossem mais bem organizadas, Portugal podia gastar menos dois mil milhões de euros a comprar petróleo, todos os anos, ou seja, menos 5,2 milhões por dia, noticia o Jornal de Notícias.
“O nosso modelo de organização das cidades pouco tem mudado em termos de otimização do sistema dos transportes que consomem 36% da energia final do país. Quando os carros estão nas filas de trânsito, apenas 15% do gasóleo e da gasolina que abastecemos é que é realmente utilizado. Os restantes 85% são completamente desperdiçados e são esses 85% que valem cerca de dois mil milhões de euros e que podíamos abater na fatura energética do país”, revelou o diretor-geral da Partex, António Costa e Silva.
No ano passado, a fatura energética do país foi de 6,23 mil milhões de euros, segundo os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Para o diretor-geral da Partex uma das soluções pode passar pela utilização de carros elétricos, que também emitem menos dióxido carbono, mas explicou ao Dinheiro Vivo, durante uma conferência sobre o uso de gás natural, que têm que existir “políticas pensados no seu todo. Não vai ser possível continuar assim”.
Também para o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, esta situação tem de ser alterada. “Não podemos incentivar apenas o uso do carro elétrico ou movido a gás e depois deixar tudo igual. Nenhuma destas apostas substituiu a eficiência e o uso de transportes públicos como política chapéu do Governo”.