"Agora é importante apagar este fogo e aprender com os erros, mas urge reformular o sistema de colocação de professores. Não faz sentido que um professor não saiba, em junho ou julho, em que escola irá dar aulas em setembro", disse Filinto Lima, em declarações à agência Lusa.
O responsável reagia desta forma ao anúncio feito na segunda-feira à noite pelo secretário de Estado da Administração Escolar sobre a abertura pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) de "dois concursos de grande dimensão" para colocação de professores, ainda esta semana.
João Casanova de Almeida acrescentou, no Jornal das 21:00 da SIC Notícias, que estes concursos abrangerão apenas escolas de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) e escolas com contratos de autonomia.
Segundo o secretário de Estado, a reserva de professores por colocar era de cerca de 800 na abertura do concurso e "neste momento tem apenas cerca de 150".
Apesar de considerar o anúncio feito segunda-feira como "positivo", Filinto Lima considerou que a opção por "dois concursos de grandes dimensões vai demorar algum tempo".
"Pensava que o secretário de Estado queria referir-se a duas grandes colocações. Não é o caso, são concursos e isso demora algum tempo. O anúncio poderá ser parte da solução para o grande problema da falta de professores em algumas escolas, se isso resolver o problema ficamos agradados, embora me pareça que irá demorar alguns dias", disse o responsável.
De acordo com Filinto Lima, agora terá de se encontrar "verdadeiras soluções" e não "um problema", reiterando que não se podem "lançar mais achas para a fogueira que está a arder neste momento nas escolas".
"Este fogo precisa de ser extinto quanto antes para criar a escola calma, com paz e tranquilidade. É altura de começarmos a pensar nos nossos alunos que há quatro semanas não têm professor de português e matemática e no final do ano vão ter exames e não podem ser prejudicados", concluiu.