"No fundo a grande mensagem que nos deixa esta comemoração é uma mensagem prospetiva, é uma viragem para a frente, é o trazer a cada um de nós a responsabilidade de fazer e de dar à ideia de pátria uma ideia de comunhão e não uma ideia de isolamento ou exclusão", afirmou Assunção Esteves aos jornalistas.
A presidente da AR falava à margem de uma cerimónia de homenagem aos mortos da Grande Guerra, no âmbito da evocação do Centenário da I Guerra Mundial, junto à estátua de Carvalho Araújo, oficial da Marinha portuguesa que perdeu a vida neste conflito.
Assunção Esteves defendeu um mundo "em que as pátrias se ligam e não se combatem". "É essa mudança de paradigma que passa pelo trabalho de cada um de nós", frisou.
E, na sua opinião, a "transformação do mundo não cabe apenas à classe política", mas sim "a todos os cidadãos, às instâncias críticas que ajudam a uma ação cada vez mais melhorada e à presença permanente de todos".
A presidente da AR destacou a importância de hoje, em todas as captais de distrito, estar a decorrer uma homenagem nacional aos heróis da I Guerra Mundial, a "maioria deles desconhecidos".
Assunção Esteves lembrou a iniciativa que decorre no parlamento até domingo, os "Dias da Memória", um momento de recolha de memórias sobre a I Guerra Mundial.
Trata-se, na sua opinião, de uma iniciativa "mobilizadora" que pretende criar nos cidadãos um "propósito como fazedores da história", sendo convidados a dar testemunhos dos seus familiares e levar objetos do conflito para que sejam catalogados e registados e disponibilizados em bibliotecas online.
Carvalho Araújo é, para a presidente da Assembleia da República, um desses heróis. O oficial, que nasceu no Porto mas que viveu em Vila Real, morreu a 14 d outubro de 1918 no oceano Atlântico.
O militar ficou conhecido por ter conseguido, no comando do caça minas NRP Augusto de Castilho, proteger o vapor São Miguel de ser afundado pelo submarino alemão U-139, comandado por Lothar von Arnauld de la Perière, que mais tarde elogiou a atuação do oficial português.
Também o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o General José Pinheiro, salientou a importância desta homenagem porque evoca "os que deram a vida pela pátria" e, ao mesmo tempo, serve "de exemplo e de incentivo" para os que aqui estão.