O primeiro estudo português sobre os centenários do Porto, com o nome PT100, foi desenvolvido por técnicos da Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos (Unifai) do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) que concluiu que há cada vez mais centenários a serem tratados pelos filhos, também eles idosos.
O coordenador do projeto, Óscar Ribeiro, revelou que se trata de uma iniciativa pioneira e que “este é o primeiro estudo português sobre pessoas com 100 e mais anos com base numa população de uma região específica”.
Num universo de 140 entrevistados, a média de idades é de 101 anos e apenas 10% são homens. A grande maioria são viúvas (77%), mas também há solteiros e solteiras (18%).
Vários inquiridos revelaram que têm filhos e que eles vivem consigo. Havia apenas seis casos de centenários que viviam sozinhos.
“Como encontrámos uma elevada percentagem de idosos centenários a serem cuidados pelos filhos, também eles de idade avançada (65-70 anos) decidimos fazer um novo estudo que visa compreender as relações familiares de prestação de cuidados de idosos aos seus pais centenários”, disse o coordenador.
A maioria dos centenários sofria de debilidade física e cognitiva. “Há muitas situações de demência, há idosos em cadeiras de rodas ou com fraca mobilidade, o que constitui um desafio acrescido para os filhos que também já não são muitos novos”, acrescenta.
Em termos de rendimentos, os idosos com mais de 100 anos recebem entre 250 e 500 euros, mas a média recebe 300 euros, ou seja, não conseguem fazer face às despesas médicas e têm que contar com a ajuda dos filhos cujas pensões não também médias-baixas.