Todos os dias, o telefone de centenas de portugueses toca. Do outro lado da linha, falsos médicos tentam convencer os utentes a fazer rastreios, na tentativa de os levar a comprar produtos como colchões, massajadores, aparelhos magnéticos e auditivos ou até mesmo almofadas.
A situação é reportada pelo Diário de Notícias deste sábado, que dá conta de que, este ano, já chegaram à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) 13 queixas, que são depois encaminhadas para a Procuradoria-Geral da República ou para a Comissão Nacional de Proteção de Dados.
“O público-alvo dos contactos telefónicos consiste, maioritariamente, em utentes com mais de 60 anos. As entidades em causa invocam, muitas vezes, pertencer ou atuar em nome do Serviço Nacional de Saúde, para posteriormente influenciar os utentes a adquirirem determinados produtos e/ou tratamentos, sendo certo que os utentes, chegando ao local, e dada a insistência dos contactos, veem limitada a sua liberdade de escolha, tomando decisões que não tomariam de outro modo”, contou fonte da ERS ao Diário de Notícias.
A Associação de Defesa do Consumidor conta, no total, 862 queixas desde que o ano começou. “Há casos de pessoas chamadas para um rastreio associado a uma consulta no hospital que existia mesmo. Um sinal de que alguém terá facultado a informação”, explicou o jurista da Deco Diogo Nunes, certo de que a situação deve ser investigada pelas autoridades.