Portugal encontra-se na cauda da Europa no que toca à qualificação da sua população ativa. De acordo com a edição deste domingo do Diário de Notícias, metade dos portugueses tem qualificações demasiado baixas para a função que desempenha (52,3%) e 4% é qualificado demais para o cargo que ocupa (4%).
Feitas as contas são mais de 56% os contribuintes que não estão ajustados no mercado de trabalho. As conclusões são do estudo ‘Desajuste de competências na Europa’, feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que analisou 24 Estados.
“Este cenário é fomentado por um sistema de ensino que não tem conseguido orientar os alunos para as necessidades de um mercado de trabalho em constante mutação, mais competitivo, que assenta noutras bases de oferta e procura”, explicou ao Diário de Notícias Nancy Almeida, da consultora de recursos humanos Hays.
Num país com 4,5 milhões de pessoas empregadas, verifica-se que 52,6% têm apenas o ensino básico, 23,7% completou o secundário e só 23,5% fez uma licenciatura.
“A subqualificação da população ativa portuguesa é o principal problema do país. (…) Na Europa, o abandono escolar precoce situa-se abaixo de 20%. Em Portugal anda próximo de 40%”, acrescentou o antigo presidente do IEFP Francisco Madelino.