A empresa é atualmente responsável pela recolha, tratamento e abastecimento de água em alta, ou seja, até aos depósitos dos 16 municípios algarvios e quer assumir agora o abastecimento diretamente até aos consumidores.
A qualidade da água fornecida pela Águas do Algarve está certificada, mas a administração sabe que nem sempre a água que chega a algumas torneiras tem a mesma qualidade porque alguns municípios recorrem também a furos de extração de água próprios para abastecer a população.
"Neste momento, temos os municípios de Olhão, Vila Real de Santo António e Castro Marim disponíveis e que pediram para fazermos os estudos para iniciarmos o processo de [abastecimento] em baixa", adiantou Isabel Soares.
A transferência de responsabilidades nesta área poderá implicar a aquisição ou aluguer de infraestruturas de abastecimento das águas até aos consumidores.
Fonte da câmara de Vila Real de Santo António confirmou que a Águas do Algarve fez uma apresentação preliminar da sua intenção e que caso apresente uma proposta concreta que seja vantajosa o executivo irá ponderar o caso.
O presidente da câmara de Castro Marim, Francisco Amaral disse estar disponível para trabalhar a proposta das Águas do Algarve, principalmente se ela garantir água de qualidade e permitir a ligação à rede de mais de meia centena de habitações do concelho, investimento que a autarquia não tem possibilidade de concretizar.
O tarifário atual para a venda de água das Águas do Algarve é o mesmo para todos os municípios, disse a administradora.
"Mas sabemos que os municípios têm tarifários completamente diferentes uns dos outros e isso significa que alguns poderão ter algumas 'reservas' que poderão servir para outros fins", observou Isabel Soares.
Ao gerir todo o abastecimento de água na região, a Águas do Algarve passaria ainda a poder controlar as suas receitas de outra forma, ultrapassando a questão das dívidas dos municípios que atualmente rondam os 60 milhões de euros.