Armando Vara quer usar as conversas com José Sócrates como 'escudo de defesa' no recurso apresentado contra a pena de prisão efetiva de cinco anos a que foi condenado.
Segundo o Diário de Notícias (DN), o antigo administrador do BCP alega que as conversas destruídas por ordem do Supremo Tribunal de Justiça o deixam, agora, sem armas de defesa e a condenação poderá ter que cair por terra por falta de provas.
O recurso apresentado pela defesa de Armando Vara chegou ao Tribunal da Relação do Porto (TRP) na passada sexta-feira e fundamenta-se na nulidade da ordem de destruição das escutas do arguido com o antigo primeiro-ministro José Sócrates, que agora poderiam ser usadas para mostrar que Vara poderá ter sido influenciado.
Além disso, destaca o jornal, o advogado Tiago Bastos aponta, no recurso apresentado, várias contradições jurídicas e ilegalidades cometidas tanto pelo juiz de instrução, António Gomes, como pelo coletivo de juízes liderado por Raul Cordeiro e que presidiu o julgamento.
Tiago Bastos acusa os magistrados de ouvirem as escutas – tanto conversas telefónicas como SMS trocadas entre Vara e Sócrates – mesmo depois de ter sido dada a ordem de destruição, algo que, defende o advogado, poderá ter influenciado a decisão que levou à condenação de cinco anos.