Em comunicado, a Subcomissão de Trabalhadores da RTP/Porto referiu que perdeu cerca de 30% dos funcionários desde 2012, passando de 370 para 266, uma situação acompanhada por "discursos que fomentam o medo e a incerteza no seio dos trabalhadores cujos efeitos se tornam infalíveis quando conjugados com propostas de pagamento de indemnizações situadas bem acima dos valores a que a lei obriga".
Dada a redução do número de funcionários, a entidade representativa dos trabalhadores sublinhou que "há hoje setores altamente deficitários, verificando-se a necessidade diária de contratar serviços externos em todas as áreas operacionais".
"Há mesmo períodos do dia (nomeadamente a noite, a partir das 16, 17 horas) que estão a ser exclusivamente garantidos por meios humanos exteriores à empresa. Na prática, é de uma autêntica privatização da RTP que se trata: tornando a empresa inoperacional através do seu sangramento indiscriminado, a única via parece ser a da entrega, de mão beijada, de vastos sectores, ao sector privado", alertou a Subcomissão de Trabalhadores.
De acordo com fonte daquele órgão representativo, circula atualmente um e-mail que indica que, a partir de sábado, vários horários de trabalho do Centro de Produção do Norte vão ser assegurados por empresas externas à RTP.
Sobre a RTP 2, a subcomissão escreveu que, no Porto, esta "faz cada vez mais o que pode e cada vez menos o que devia fazer".
No final do ano passado, a Subcomissão de Trabalhadores do Centro de Produção do Norte da RTP lamentou que 2013 tivesse acabado como uma "imensa, mas vazia praça de promessas" e apelou para que, em 2014, houvesse mais diálogo com os funcionários.
"Um ano depois, as promessas continuam a ser promessas e assiste-se a uma dança para a qual os trabalhadores da RTP Porto não têm tido convite: enquanto a administração da RTP insiste na promessa, que, sublinhe-se, não conseguiu realizar, de trazer para o CPN a produção da RTP 2, a tutela governamental tem falado na RTP Internacional", escrevia, então, a Subcomissão.
A Lusa pediu uma reação à administração da RTP, mas tal não foi possível em tempo útil.