No discurso que Cavaco Silva proferiu hoje em Guimarães, no âmbito da homenagem à indústria do calçado feita na terceira jornada para uma Economia Dinâmica, Cavaco Silva afirmou que "o sucesso da indústria do calçado é um fator de confiança no futuro do país a que se juntam outros indicadores positivos recentemente divulgados", como é o caso do "crescimento da produção em 1% hoje revelado pelo Instituto Nacional da Estatística", o aumento do emprego e um índice de prosperidade divulgado por um 'think tank inglês.
A economia portuguesa cresceu 0,2% no terceiro trimestre face ao segundo e 1,0% face a igual período do ano passado, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
"Face ao negativismo que diariamente se difunde na comunicação social e nos discursos não deixa de nos trazer algum conforto sabermos que apenas 26 países do mundo são mais prósperos do que Portugal, num mundo que tem mais de 190 países", considerou.
O Presidente da República aproveitou o discurso para felicitar empresários e trabalhadores pelo acordo para a revisão do contrato coletivo de trabalho para o setor do calçado, que prevê o aumento da massa salarial de 3,5% de 40 mil trabalhadores.
Conforme a agência Lusa anunciou hoje, a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele (APICCAPS) chegou a acordo - que será assinado na próxima semana - com a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE) relativamente ao contrato coletivo de trabalho.
Cavaco Silva destacou que esta é uma área da economia que "tanto tem contribuído para a redução do desemprego", acrescentando que "a APPICAPS considera que era o momento de a indústria partilhar os bons resultados que tem atingido com os seus trabalhadores".
"Trata-se de um setor que se destaca no nosso panorama industrial pela visão dos seus empresários e pela capacidade de construção e afirmação de um espaço próprio no mercado global", referiu.
O Chefe de Estado enalteceu ainda o facto de, em tempos difíceis, este setor ter sabido "substituir as lamentações por iniciativas proactivas e estratégias adequadas de crescimento, apostando na investigação e na inovação".
"O individualismo deu lugar à partilha e à cooperação competitiva, e, em lugar da rotina comercial passiva, enveredou por uma presença concertada e afirmativa nos mercados internacionais", destacou.
O Presidente da República afirmou ainda que esta indústria - com quase 1.700 empresas e que emprega mais de 41 mil trabalhadores - "soube pôr em marcha um modelo dinâmico, sustentado e pragmático de desenvolvimento integrado, um modelo que merece ser reconhecido e estudado como exemplo a seguir por outras áreas da indústria e do empreendedorismo nacional".
Segundo Cavaco Silva, em julho de 2013 a APPICAPS apresentou-lhe o novo plano estratégico, tendo tomado "boa nota" de que este setor "não pretende descansar sobre o sucesso alcançado e que continua a explorar com ambição novas trajetórias de modernização".
[Notícia atualizada às 13h52]