O diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Palos foi acusado este sábado de dois crimes de corrupção passiva no caso dos vistos gold. Em causa estão duas garrafas de vinho da quinta do presidente do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) e uma escuta telefónica entre António Figueiredo e um cidadão chinês, na qual Figueiredo lhe terá dito que seriam necessários adiantar cinco mil euros ao diretor do SEF.
Manuel Palos é sobretudo suspeito de, enquanto diretor do SEF, agilizar e apressar processos para a concessão de vistos gold no que dizia respeito ao Serviço de Serviços e Fronteiras, indica o Diário de Notícia.
O diretor do SEF terá sido escutado a receber vários pedidos a que dizia sempre sim e uma fonte chegou mesmo a dizer que Palos estaria sempre disponível para “dar um jeito”.
Já sobre António Figueiredo que deverá ser interrogado este domingo, recaem muitas suspeitas de ligações pouco claras à concessão de vistos dourados.
Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Susana Figueiredo e Manuel das Dores estão a investigar um protocolo entre o Ministério da Justiça português e o seu congénere angolano para a formação de quadros do Notariado de Angola.
O juiz Carlos Alexandre ouviu ontem mais três empresários chineses. Ainda hoje, deverão ser também ouvidas as secretárias-gerais dos ministérios da Justiça e Ambiente, Maria Antónia Anes e Albertina Gonçalves.
O diretor do SEF passou ontem a terceira noite atrás das grades e tomou o seu pequeno-almoço no átrio da cela individual onde esá detido.
Manuel Palos foi o primeiro dos 11 detidos na Operação Labirinto realizada pela Polícia Judiciária, com o objetivo de investigar a atribuição dos vistos gold.