A investigação aos vistos gold, que está nas mãos da Justiça portuguesa, foi alargada a um dos ex-dirigentes da plataforma Citius que, em outubro, foi chamado a socorrer o programa.
De acordo com o Jornal de Notícias, Bruno Sá – subdiretor-geral da Administração da Justiça até 2009 e presidente do Instituto das Tecnologias e Informação da Justiça (ITIJ) até 2012 – mantinha uma relação de cumplicidade com António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) e um dos arguidos da Operação Labirinto.
Esta relação estendia-se a Eliseu Bumba, um influente empresário e consultor do Ministério da Justiça de Angola, tido pelas autoridades como administrador da Step Ahead Consulting – Tecnologias de Informação, SA e sócio da Lusomerap Consulting, Lda, empresas sob investigação no âmbito da Operação Labirinto.
A Step Ahead assume-se como uma empresa cuja missão é a “consolidação e modernização do Estado angolano com projetos integrados pioneiros na área dos Registos e Notariado”, apresentando, para isso, soluções informáticas.
Está agora a ser investigado, segundo o Jornal de Notícias, se estas soluções informáticas são as mesmas que foram concebidas pelo ITIJ e de que forma a Step Ahead foi envolvida na sua instalação e gestão em Angola.
O mesmo jornal indica, ainda, que já em 2009 Bruno Sá deu ordem às equipas de desenvolvimento do Citius para formar técnicos daquela empresa para que estes, posteriormente, instalassem a plataforma nos tribunais angolanos.