O texto de opinião de João César das Neves desta quarta-feira, publicado no Diário de Notícias, é dirigido a todos os pensionistas portugueses.
O economista começa por se mostrar “solidário” para com os pensionistas afinal, escreve, “é absolutamente inaceitável que tendo planeado o fim da vida confiado numa renda, aliás com garantia solene da autoridade pública, agora se veja defraudado nas suas justas expetativas”.
“Este caso ficará na história como escândalo sumamente chocante e doloroso”, considera.
No entanto, João César das Neves explica aos pensionistas que “apesar de estarem cheios de razão, têm de admitir que existem outros lados de questão, que é bom analisar”.
E com esses “outros lados da questão”, o economista refere-se aos jovens e sublinha que as pensões “estão há muito a ser sustentadas pelos impostos dos jovens”, pois “a verdade é que aquilo que [o pensionista] descontou durante cerca de 40 anos, de um salário que começou baixo e foi subindo, nunca daria para pagar uma reforma quase igual ao último ordenado durante os 20 ou 30 anos de vida na reforma”.
“O inimigo dos reformados não é o Governo, é a aritmética”, conclui.