Oficialmente, existem 1300 sem-abrigo no Porto e 852 em Lisboa. No geral, estima-se que existam cerca de 4 mil sem-abrigo em Portugal, sendo que mais de metade vive nestas duas cidades.
O Jornal de Notícias fez um levantamento, junto de várias instituições, sobre as principais necessidades de quem vive nas ruas e concluiu que não falta quem dê comida.
“Chega a haver carrinhas [com comida] paradas numa esquina à espera que outras terminem a distribuição para avançarem com a sua”, conta Rita Valadas, administradora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), à mesma publicação.
A responsável sublinha que “há excesso de recursos mal utilizados”, uma opinião partilhada por outros colegas que, mesmo admitindo que sem estas instituições os sem-abrigo não teriam o que comer, defendem a criação de uma organização efetiva que aloque os recursos de forma mais eficiente.
“Há que atuar a tempo de evitar que a pessoa durma a primeira noite na rua”, sublinhou Rita Valadas, acrescentando que é de primeira importância “ter equipas de saúde mental a atuar junto desta população”.
Para este fim, é necessário acompanhamento por parte de quem entenda as necessidades imediatas de quem vai parar à rua. Alguns relatos apurados pela mesma publicação indicam que se houvesse apoio nos primeiros dias, talvez tivessem optado por outro caminho.