As suspeitas de corrupção de que José Sócrates é alvo remetem para a altura em que o socialista era primeiro-ministro, de acordo com o apurado pelo Diário de Notícias. Sócrates pode ter beneficiado o empresário Carlos Santos Silva ou empresas a ele ligadas, não estando ainda apurados, no entanto, quais os atos praticados pelo ex-primeiro-ministro.
Recorde-se que Sócrates é suspeito de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva. A mesma publicação adianta que o ex-governante foi até confrontado, durante o interrogatório de três dias, com escutas telefónicas de que foi alvo.
As medidas de coação aplicadas foram sustentadas num despacho de 236 páginas mas, tratando-se de um caso sem precedentes, os motivos para aplicação da prisão preventiva foram mantidos em segredo de justiça.
O principal argumento para a sua aplicação será, no entanto, a possível perturbação do inquérito e a eventual capacidade, na qualidade de ex-primeiro-ministro, de mobilizar meios e pessoas com o intuito de dificultar a investigação.
O recentemente noticiado almoço com o ex-procurador geral da República Pinto Monteiro terá sido um dos alertas que levou o juiz Carlos Alexandre a decidir pela prisão preventiva.