“É certo que é difícil eu falar. Estou preso, mas não lhes faço o favor de ficar calado”. É desta forma que José Sócrates termina a missiva enviada à RTP, que terá sido ditada ao seu advogado. Trata-se da terceira vez que José Sócrates fala aos media, desde que se encontra detido.
Como salienta o Jornal de Notícias, o antigo governante adianta que, sempre que tiver oportunidade, não deixará de fazer a sua “legítima defesa”, assumindo também que não deixará de tentar desmentir os elementos que têm surgido em diversos órgãos de comunicação social.
A carta lida ontem pela RTP no seu telejornal, e da qual já dávamos aqui conta ontem, Sócrates nega ter comprado o apartamento em Paris, confirmando ainda que viveu durante quase dois anos na casa do amigo Carlos Santos Silva, também arguido em prisão preventiva no âmbito da ‘Operação Marquês’.
A missiva revelada ontem junta-se a outros dois momentos em que José Sócrates conseguiu comunicar, diretamente, com o exterior, desde que se encontra detido.
A primeira foi uma carta enviada ao jornal Público e à rádio TSF, onde criticava a sua detenção, os crimes de que é acusado e as fugas de informação, no passado dia 26 de novembro, e a segunda foi três dias depois, a 29 de novembro, ao semanário Expresso, em que terá dito ao telefone ao editor de política que se “só deixa de ser livre quem perde a dignidade” e que, por essa razão, se sente “mais livre do que nunca”.