Limitava-se a fazer recados, não sabendo muitas vezes o que transportava consigo. É com base neste argumento que o motorista de José Sócrates se defende das acusações que lhe são imputadas no âmbito da Operação Marquês.
De acordo com o semanário Expresso, João Perna negou, durante o interrogatório, ter conhecimento de que transportava dinheiro em numerário entre o antigo primeiro-ministro e o seu amigo Carlos Santos Silva.
Quando foi ouvido pelo juiz de instrução Carlos Alexandre e pelo procurador Rosário Teixeira, o arguido mostrou-se surpreendido com as dados com que foi confrontado e chorou mais do que uma vez. Ainda assim, foi-lhe aplicada a medida de coação mais pesada: prisão preventiva.
A edição deste sábado do Expresso adianta que não está provado que João Perna tenha transportado dinheiro em malas entre Portugal e Paris, como chegou a ser noticiado. Sabe-se, apenas, que o dinheiro terá circulado em envelopes dentro do país.
Citado pelo semanário, o advogado do motorista, Ricardo Marques Candeia, assegurou que vai interpor recurso no Tribunal da Relação de Lisboa e que vai pedir a revogação da atual medida de coação no Tribunal Central de Instrução Criminal.