O empresário, de 59 anos, e a mulher instauraram um processo cível contra o BPN, alegando terem comprado, em 2004, obrigações da ex-SLN, atual Galilei, convencidos que se tratava de "um investimento sem risco".
"Para mim, era um investimento seguro com uma taxa de juro razoável, de 4,5%. Dei o aval por telefone e depois assinei os documentos, que foram preenchidos pelo gestor de conta", afirmou o empresário, na primeira sessão do julgamento.
Questionado pela juíza, o homem, que esteve emigrado cerca de 20 anos nos Estados Unidos, disse ainda que, para si, "BPN ou SLN era tudo a mesma coisa", assumindo que confiou no gestor de conta, com quem tinha "um bom relacionamento".
"Não tinha razões para me preocupar. Fazia o que o gestor de conta recomendava. Tinha confiança nele como num médico", realçou o empresário, que diz estar a viver "um trauma".
As obrigações emitidas há dez anos pela então SLN, ex-dona do banco fundado por Oliveira e Costa, venceram no passado mês de outubro e não foram pagas.
O casal reclama nesta ação o pagamento de 500 mil euros, correspondendo ao capital depositado no BPN, e o valor diferencial entre os juros contratados e os juros pagos, além de 25 mil euros por danos não patrimoniais.
Na contestação, o banco alega que os autores sabiam que haviam subscrito as obrigações da SLN, no montante de 500 mil euros e que a entidade responsável pelo reembolso aquando da respetiva maturidade do capital investido é a sociedade que as emitiu.
Os defensores do BPN sustentam ainda que a intervenção do banco foi de "simples e mero intermediário financeiro", adiantando que a responsabilidade, nessa qualidade, ter-se-ia extinto por prescrição.
Por fim, pedem a condenação dos autores no pagamento de multa e o pagamento de uma indemnização ao banco por litigância de má-fé.
Em 2008, o BPN foi nacionalizado e, em 2011, o Estado vendeu o banco ao luso-angolano BIC Português, por 40 milhões de euros.