Segundo a nota, o Núncio Apostólico aconselhou a população, que domingo após domingo se concentra à porta da igreja em protesto, obrigando o novo sacerdote a sair escoltado pela GNR, a encontrar com o bispo António Francisco dos Santos, "com realismo e bom senso", uma solução "permanente, aceitável e viável" para Canelas.
"O Monsenhor Dom Rino Passigato mostrou-se extremamente sensível para com o sofrimento da comunidade católica de São João Baptista de Canelas", adianta a nota.
Em declarações recentes à agência Lusa, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que o conselho permanente daquela entidade manifesta "toda a confiança" nas decisões do bispo do Porto sobre a situação na freguesia de Canelas.
O padre Manuel Barbosa frisou que o conselho permanente da CEP, que reuniu terça-feira passada em Fátima, manifestou "apoio, comunhão e profunda solidariedade" para com o bispo do Porto, na decisão de substituir o pároco de Canelas, contestada pela população.
O novo padre da paróquia já constituiu novos grupos de trabalhos pastorais para retomar de as atividades da igreja que estavam paradas porque as pessoas responsáveis se demitiram em protesto contra a substituição do anterior pároco.
A partir de 09 de novembro, dia da tomada de posse do novo padre, centenas de populares decidiram não assistir à missa, concentrando-se à porta da igreja com bandeiras pretas, cantando e gritando "A igreja passou a tribunal, só saem com escolta policial" ou "Padre é só um, Roberto e mais nenhum".
O antigo sacerdote de Canelas dirigiu uma carta ao bispo do Porto, ameaçando divulgar uma história de "comportamentos indevidos" imputados a um colega de outra diocese, caso este não recuasse na decisão de o destituir.
Na sequência, o bispo revelou, num comunicado, que denunciou às autoridades um "caso grave de comportamento de um sacerdote", fora desta diocese e ocorrido em 2003.
A Arquidiocese de Braga assumiu que se trata de um padre de Fafe e que, "por prudência pastoral", o suspendeu. O Conselho Presbiteral da Diocese do Porto manifestou, em comunicado, "consternação" pelos protestos da população de Canelas.