Sempre afirmou que “vivia do seu trabalho”, mas com a vida de luxos que levava antes de ser dedito, ou José Sócrates trabalhava muito (mesmo muito) ou era muito, mas mesmo muito, bem remunerado pelo seu trabalho.
Ora vejamos porquê. Numa investigação levada a cabo pelo semanário Sol, e publicada na sua edição esta sexta-feira, são desvendados alguns dos custos mensais de Sócrates, bem como alguns dos valores despendidos em férias e almoços.
Para começar, o ex-primeiro-ministro tem de abrir o bolso todos os meses para pagar as rendas dos apartamentos onde moram os filhos. O mais velho, a viver em França, está alojado num apartamento cujo preço mensal é de 5 mil euros. O mais novo vive na capital portuguesa e tem uma renda de mil euros. Tudo pago por Sócrates.
Além disso, o ex-governante é ainda responsável por suportar as prestações bancárias mensais do Monte das Margaridas, uma herdade de 12 hectares em Montemor-o-Novo, onde vive a ex-mulher e o seu atual companheiro.
A acrescentar a esta pesada despesa, Sócrates fazia constantes viagens de negócios, sempre em classe executiva, e ficava instalado em hotéis de luxo. O ex-primeiro-ministro gostava de aproveitar as férias em grande e foi precisamente o que fez em julho na companhia da namorada e jornalista do Diário de Notícias Fernanda Câncio. Os dois foram para Formentera, uma das ilhas mais ‘in’ do Mediterrâneo, onde alugaram uma vivenda para cinco pessoas com um custo de dois mil euros por noite, e por aí permaneceram durante 20 dias.
Todos estes gastos levantaram suspeitas às autoridades portuguesas, uma vez que os valores gastos são muito superiores aos ordenados que declara.
O SOL avança que todo este dinheiro está depositado numa conta do empresário Carlos Santos Silva que chegava a Sócrates pelas mãos do seu motorista. Refira-se que ambos também estão detidos no âmbito da Operação Marquês.