Comportamentos de auto-lesão crescem entre jovens

Quase um quinto dos jovens portugueses entre os 10 e os 20 anos magoaram-se a eles próprios, segundo um estudo realizado este ano para a Organização Mundial da Saúde que mostra que os comportamentos de auto-lesão se agravaram desde 2010.

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Lusa
19/12/2014 18:54 ‧ 19/12/2014 por Lusa

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Estudo

Para este estudo foram inquiridos mais de 6.000 alunos do 6.º, 8.º e 10.º ano de uma amostra aleatória de escolas de várias regiões de Portugal, com uma média de idades de 14 anos.

De acordo com os dados preliminares deste estudo que hoje são apresentados, 20% dos jovens inquiridos referem ter-se magoado a eles próprios pelo menos uma vez nos últimos 12 meses.

A coordenadora do estudo em Portugal, Margarida Gaspar de Matos, explicou à agência Lusa que estes jovens infligem lesões a eles próprios como forma de descompressão, para tentar controlar o stress, para se acalmarem ou mesmo vencerem a monotonia das aulas.

"Mas estes comportamentos auto-lesivos acabam por não ser um alívio. É uma tentativa frustrada de descompressão", referiu a especialista.

Mais de metade dos jovens indicou que se sentia triste (59%) e farto (52,3%) durante o comportamento auto-lesivo, sendo as raparigas que referem mais frequentemente que já se magoaram de propósito.

Margarida Gaspar de Matos considera que é necessário olhar com atenção para a saúde mental dos jovens e procurar medidas: "o decréscimo global desde 2010 da sua saúde percebida, tanto a nível de sintomas físicos como de sintomas psicológicos de mal-estar, sugere que a saúde mental dos adolescentes é um assunto subestimado e a carecer de atenção urgente".

Além do aumento da perceção de sintomas físicos e psicológicos no que se refere à saúde destes jovens, cresceram também os comportamentos de 'bullying'/ provocação que vinham a baixar desde 2006.

Quanto aos sintomas psicológicos, embora a maioria dos adolescentes indique que raramente os sente, há mais de oito por cento dos inquiridos que dizem sentir-se nervosos quase todos os dias, enquanto 5,9% refere irritação numa base diária e 5,1% admite estar triste ou deprimido.

Como positivo, os resultados do "Health Behaviour in School-aged Children" mostram um decréscimo no uso de álcool, tabaco e outras substâncias ilegais.

"É positivo que estes consumos tenham descido. Mas devemos lembrar-nos que estas substâncias eram associadas a uma descompressão. E temos a saúde mental e física a piorara, tal como a violência interpessoal e a auto-lesão. Temos de encontrara formas de perceber como estes jovens podem descomprimir", comentou Margarida Gaspar de Matos.

 

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