“O país deve identificar os perfis migratórios que lhe interessa mais captar. Todos os estados desenvolvidos competem por mais estudantes universitários, empreendedores e investigadores. Temos de fazer escolhas. Não se compreenderia hoje que o país, com uma percentagem de desemprego grande, que também atinge imigrantes, continuasse a pensar que pode absorver imigração laboral como acontecia no passado”, afirmou Pedro Lomba em entrevista ao semanário Expresso, publicada na sua edição online.
O secretário de Estado com a pasta da imigração deixou claro que isto “não significa que o país se deva fechar mas significa que, ao realizar ações de promoção do país, deve selecionar os imigrantes a quem se dirige”.
O responsável indica ainda que o perfil dos imigrantes em Portugal está a diversificar-se e que, portanto, tem que haver uma adaptação a esta nova realidade.
“Já não são apenas os estrangeiros que vinham para a construção civil e para a restauração. Temos hoje mais estudantes e profissionais qualificados. E um número crescente de estrangeiros empregadores, que geram postos de trabalho e que estão a ser um fator de crescimento económico como não acontecia há dez anos. São chineses, ingleses, alemães… O aumento de estrangeiros empregadores é seis vezes maior do que o aumento de portugueses empreendedores”, indica.
Quando confrontado com facto do próprio Governo ter feito um discurso de incentivo à emigração, Lomba sublinha que o discurso em causa foi em “torno da mobilidade das pessoas” mas que “foi lido de forma apressada”.
“Não penso que tenha havido um discurso de incentivo à emigração”, sustenta à mesma publicação.