A greve, que terminou hoje às 08:00, "teve uma grande adesão", disse à Lusa Sérgio Carvalho, do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP).
"Houve quartéis onde se registou 100% de adesão, [mas], em média, rondou os 85 a 90% de adesão, nos quatro turnos dos três dias" em que decorreu a greve, acrescentou.
Apesar da adesão à greve, os bombeiros sapadores de Lisboa funcionaram com mais pessoas durante esses três dias do que o habitual, já que a autarquia de Lisboa decretou para os serviços mínimos "seis efetivos numa viatura, quando num dia normal uma viatura tem vindo a funcionar com quatro homens", adiantou Sérgio Carvalho.
"Os rácios para garantir o socorro e a segurança dos bombeiros e da população são superiores a um dia normal de trabalho porque não podemos colocar em causa a segurança das populações e esta é uma forma de demonstrar à câmara de Lisboa que há falta de efetivos ao assumir esses serviços mínimos", sublinhou, no entanto, o responsável do sindicato.
De acordo com o sindicalista, os dados da greve foram "demonstrativos da falta de efetivos", da "veracidade daquilo que os bombeiros reclamam e das necessidades dos bombeiros que prestam serviço no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa".
Nos serviços mínimos, durante a paralisação, estiveram assegurados o combate a incêndios, o socorro às populações em caso de incêndio, inundações, desabamentos e acidentes, o socorro a náufragos e as buscas subaquáticas e a emergência pré-hospitalar no âmbito do sistema integrado de urgência médica, mas de fora ficaram os serviços de prevenção.
Sérgio Carvalho lembrou ainda que os bombeiros reclamam melhores condições para os quartéis, a nível de habitabilidade, reclamando obras e melhorias em algumas viaturas, no equipamento de proteção individual e fardas.
O responsável adiantou ainda que, no futuro próximo, serão realizados plenários nos diversos quartéis de bombeiros para analisar novas medidas de contestação e reivindicação, além de reuniões com a autarquia lisboeta.
Sérgio Carvalho salientou ainda a importância da questão dos concursos, explicando que a câmara municipal abriu portas a 50 novos sapadores bombeiros, num concurso que decorreu até 15 de dezembro, mas que este número é insuficiente, já que devia incluir outros tantos, tendo em conta as aposentações.
"Queremos um compromisso [por parte da autarquia] para que, em vez de a câmara abrir um outro concurso para qualquer serviço camarário, a prioridade seja, após a recruta destes 50 bombeiros, um novo concurso para mais 50 bombeiros", referiu.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa escusou-se a comentar a greve dos bombeiros.