O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) denuncia, em declarações ao jornal Público, uma situação de benefício de José Sócrates na prisão de Évora.
Jorge Alves revelou àquela publicação que o ex-primeiro-ministro “entra no gabinete e o diretor-adjunto sai enquanto ele faz telefonemas”.
O sindicalista assegura que esta situação está a acontecer “à vista dos guardas prisionais” e avisa que a “tensão está a aumentar na cadeia”, receando que “os restantes reclusos passem das palavras aos atos”.
Ao que o Público apurou, esta situação está a ocorrer há já duas semanas e a denúncia por parte do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional foi já enviada ao Ministério da Justiça.
No documento, a que o jornal teve acesso, lê-se que existe, no Estabelecimento Prisional de Évora, um “tratamento desigual” entre os reclusos, o que poderá gerar uma “alteração da ordem por parte dos reclusos em revolta”.
Na mesma nota, os guardas revelam que “agora que o sistema de telefone está a funcionar de acordo com a lei, o recluso José Sócrates, quando pretende ligar, desloca-se ao gabinete do adjunto do diretor, ficando este a aguardar fora do gabinete enquanto o recluso efetua as chamadas telefónicas”.
Contactado pelo Público, o diretor adjunto recusou-se a comentar o caso. “Não confirmo nem desminto. Não vou falar sobre situações que fazem parte da vida interna da cadeia”, disse.
De acordo com o Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais, os reclusos apenas podem “efetuar uma chamada telefónica por dia para o exterior, com a duração máxima de cinco minutos”, sendo que estas ligações são “exclusivamente efetuadas através das cabinas”.
Em sentido contrário, um dos advogados do ex-primeiro-ministro, que está em prisão preventiva por suspeita da prática de crimes de branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção, garantiu ao Público que a situação é exatamente a oposta.
“Há cerca de 15 dias que ele tem mais dificuldades em falar, pelo menos, com os advogados. Passou a poder fazer apenas uma chamada por dia”, assegurou Pedro Delille.