Aquando da detenção do antigo primeiro-ministro José Sócrates, em novembro do ano passado, os agentes da Autoridade Tributária e o juiz de instrução Carlos Alexandre realizaram buscas a uma agência bancária do Barclays, no centro de Lisboa, onde o empresário tinha, pelo menos, uma conta. Mas foram surpreendidos in loco, conta hoje o jornal i, por uma descoberta.
O amigo de infância e testa-de-ferro de Sócrates tinha, além da dita conta bancária, um cofre alugado onde guardava um milhão de euros em dinheiro vivo. Fonte próxima do processo esclarece ao jornal i que, após esta descoberta o juiz Carlos Alexandre determinou que esse montante fosse depositado na conta que o ex-administrador do Grupo Lena tinha há anos nessa agência do Barclays e que, por conseguinte, ficasse congelado.
Resta agora saber se esse milhão de euros tem origem ilícita. Caso tenha, nunca será devolvido a Carlos Santos Silva, transitando, em vez disso, para outro cofre: o do Estado.
A dita agência do Barclays, adianta o jornal i, será a situada no Palácio Sotto Mayor, na Avenida Fontes Pereira de Melo, no centro de Lisboa. Prova disso, acrescenta a publicação, prende-se com o facto de na passada semana, aquando das buscas à sede da PT e da PricewaterhouseCoopers, o juiz Carlos Alexandre ter aproveitado para se deslocar também à agência do Barclays.
Além disso, investigadores ligados à Operação Marquês confirmam que as suspeitas sobre o amigo de Sócrates não se resumem à conta do BES que foi usada, recorde-se, para comprar a casa em Paris, três apartamentos em nome da mãe do ex-primeiro-ministro e para levantamentos em numerário.