"Catástrofe" na saúde está a gerar divisões entre PSD e CDS

O PS classificou hoje como "catastrófica" a situação na saúde, considerando que já gera divisões entre PSD e CDS, e manifestou-se contra o "desastre" da decisão do Governo de transferir doentes das urgências públicas para hospitais privados.

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Lusa
21/01/2015 17:07 ‧ 21/01/2015 por Lusa

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Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo vice-presidente da bancada socialista Marcos Perestrello após uma reunião com o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, e de a maioria PSD/CDS ter chumbado em sede de comissão parlamentar um requerimento do PS para audição do ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Entretanto, essa audição com o ministro da Saúde vai concretizar-se, através de um agendamento com caráter potestativo apresentado pelo PCP.

Na perspetiva de Marcos Perestrello, a política de austeridade seguida pelo executivo também na saúde "chegou ao limite e o sistema está em rutura".

"Quem o diz são os profissionais de saúde e os utentes", afirmou o dirigente socialista.

Mas o vice-presidente da bancada do PS foi ainda mais longe e considerou mesmo que a "crise" neste setor está a degradar a saúde das relações entre os partidos da coligação governamental.

Neste ponto, o deputado do PS disse que o PSD, além de ter chumbado o requerimento do PS, foi ao ponto de travar também um requerimento do CDS para que fosse ouvido no parlamento o diretor Geral de Saúde.

"Esta incompetência na saúde está a gerar divisões bem visíveis na coligação" PSD/CDS, acrescentou Marcos Perestrello.

No final da reunião com o bastonário da Ordem dos Médios, na qual esteve acompanhado pelas deputadas socialistas Maria António Almeida Santos e Maria de Belém, Marcos Perestrello disse que foram analisadas "medidas possíveis para mitigação da situação catastrófica nos hospitais, no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, em particular, nas urgências".

Marcos Perestrello começou por criticar a intenção do executivo de enviar para os hospitais privados doentes que procuram urgências do SNS, alegando que tal "será financeiramente um desastre".

"O SNS está montado e, dessa forma, vai dobrar a despesa com os encargos que vai assumir. É também um desastre do ponto de vista técnico, porque o problema nas urgências tem-se estado a manifestar nos doentes com patologias mais graves e que não são atendidos em tempo útil, o que gera situações trágicas. Ora, este sistema de transferência para os hospitais privados abrange apenas os doentes com pulseira verde [menos urgentes], não resolvendo assim o problema onde ele existe de facto", sustentou o líder do PS da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL).

Nas declarações que fez aos jornalistas, Marcos Perestrello considerou ainda que a decisão do Governo "é grave ao legitimar a desnatação do SNS", falando mesmo em "machadada grave" no sistema público de saúde.

"O ministro da Saúde anuncia que vão ser abertas mais 600 camas para fazer face à situação gravíssima. Isto releva o desnorte total no Ministério da Saúde, porque o ministro ora fecha camas, ora abre camas, ora anuncia a contratação de médicos que não deixara antes contratar e cuja emigração incentivou", criticou o vice-presidente da bancada socialista.

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