Um estudo levado a cabo por dois investigadores da Universidade do Porto (UP) refere que entre 2001 e 2014 os alunos de colégios beneficiaram de inflações de notas na hora e ingressar no Ensino Superior. E é precisamente nos cursos com médias mais altas que os benefícios são maiores, revela o Jornal de Notícias
O estudo levado a cabo por Gil Nata e Tiago Neves, investigadores do Centro de Investigação e Intervenção Educativas da UP, analisou resultados de 8094 escolas, para chegar à conclusão que esta prática de inflação de notas é mais recorrente nos colégios privados do que nas escolas públicas. E é também mais frequente em colégios do norte do país.
Nalguns casos, estas potenciais ‘benesses’ aos alunos terão permitido saltar 90% dos lugares na lista de ingresso. Medicina, habitualmente o curso com média de entrada mais alta, é um desses casos. Já em cursos menos competitivos o impacto terá rondado os 30%.
Este estudo que demonstra que há escolas que, sistematicamente, inflacionam as notas dos alunos, permitindo que cheguem com uma média mais alta aos exames nacionais, não foi feito com o intuito de ser um ranking mas sim com o objetivo de permitir mudanças nas regras do modelo de acesso ao Ensino Superior.
Tiago Neves, um dos investigadores, explica ao mesmo jornal que, apesar de ser “um exercício teórico”, há, de facto, “inflação de notas”. Algo que descreve como uma “injustiça tremenda”.