Numa primeira fase, estão a ser demolidas as edificações situadas a nascente da Praia de Faro, nomeadamente anexos e casas consideradas como de segunda habitação, ficando por enquanto de fora as habitações cuja posse está suspensa por ainda correrem providências cautelares em tribunal.
Os trabalhos iniciados no dia 26 de janeiro, decorrem com a retirada de alumínios, madeiras e outros materiais recicláveis, para que as máquinas avancem para a demolição das casas, algumas das quais em alvenaria, e posterior limpeza dos terrenos.
O processo não gerou grande contestação por parte dos proprietários, mas alguns, ouvidos pela Lusa, criticaram a forma como a situação foi conduzida pela Sociedade Polis e queixaram-se de as suas casas terem sido erradamente consideradas de segunda habitação, por ali passarem grande parte do ano para desenvolver atividades ligadas à pesca.
Inicialmente, um grupo de 40 proprietários dos extremos poente e nascente, manifestaram a intenção de agir judicialmente para adiar a posse administrativa das casas, mas cerca de metade das pessoas desistiram.
De fora ficam, por agora, as construções situadas na zona central da Praia de Faro, concessionada à autarquia, e as casas de primeira habitação, cuja demolição só arrancará quando estiver concluído o processo de realojamento dos habitantes.
As demolições nos ilhotes da Ria Formosa deverão estender-se até ao próximo verão e ao longo de 2015 irão abaixo as casas de segunda habitação nos extremos poente e nascente da Praia de Faro e nos núcleos dos Hangares e do Farol, na Ilha da Culatra.
Para sábado, está prevista a realização de uma manifestação em defesa da Ria Formosa e contra as demolições, uma iniciativa das Associações de moradores da Culatra, Hangares e Farol, que visa contestar a atuação do Ministério do Ambiente.
Nos ilhotes e na Ilha Deserta da Ria Formosa vão ser destruídas 193 edificações, sendo mantidos sete pequenos edifícios, como os pertencentes à Universidade do Algarve ou que albergam bombas de água. Nos hangares serão também mantidos três edifícios propriedade da Marinha.
No núcleo da Culatra está prevista a demolição de 113 construções.
O projeto de renaturalização da Ria Formosa prevê a demolição de um total de 800 construções e arrancou no início de dezembro no ilhote do Ramalhete.
O Programa Polis Litoral da Ria Formosa é o instrumento financeiro para a execução do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura - Vila Real de Santo António, aprovado em 2005.