“O erro de casting deste Governo chama-se Miguel Poiares Maduro”. As palavras são de Alberto da Ponte, o ainda presidente da RTP, mas que deixará de exercer o cargo nos próximos dias.
Em entrevista ao Expresso, o responsável pelo canal público de televisão considera que a RTP viveu uma “fase kafkiana”, assegurando que este “enredo era desnecessário”, pois bastava ao Governo ter dito que o “projeto já não interessava e que queria outro”.
E assegura: “Nós [Conselho de Administração] saímos agora por vontade expressa do ministro [Poiares Maduro]”.
Alberto da Ponte lembra que foi convidado para o cargo por Miguel Relvas, o antecessor de Poiares Maduro, e talvez por isso tenha ficado com o “selo de persona non grata”.
Sobre a sua saída, o gestor assegura que tem “a consciência tranquila” e a “noção de que esta equipa fez um trabalho quase impossível e que o legado será em 80% seguido” pela equipa que está prestes a entrar em funções.
Alberto da Ponte diz que não recebeu qualquer manifestação de apoio por parte Pedro Passos Coelho, mas é algo que compreende porque, “como está demonstrado, o primeiro-ministro defende os seus ministros por muitos disparates que façam”.
“Passos tem, como todos os bons gestores, erros de casting. E o erro de casting deste Governo chama-se Miguel Poiares Maduro”, concluiu.