Em declarações à Lusa, o dirigente do SPRC Francisco Almeida, explicou que docentes, formadores e pessoal não docente da Escola Profissional Beira Aguieira vão entrar em greve de segunda-feira a 13 de fevereiro.
Em causa estão os atrasos no pagamento dos salários de novembro, dezembro, janeiro e subsídio de férias a cerca de 40 trabalhadores desta instituição de ensino profissional.
"Isto resulta de um conjunto de opções lesivas por parte do Governo, mas a culpa não é só do sistema e acresce a má gestão da escola. Há uma promiscuidade entre a escola e empresas, que têm como sócios responsáveis da escola, e que contribuíram para o seu afundamento financeiro", alegou.
O dirigente sindical informou que para o primeiro dia de greve está a ser preparada uma concentração junto à sede da escola, para além de poderem vir a ser solicitadas reuniões com grupos parlamentares e Ministério da Educação.
Contactada pela Lusa, a diretora técnico-pedagógica da Escola Profissional Beira Aguieira, Clara Lima, confirmou o atraso no pagamento de salários a cerca de 40 trabalhadores, por causa de "problemas com os reembolsos feitos pelo Estado, com verbas que vêm da comunidade europeia".
"Em janeiro, recebemos o primeiro reembolso e foi possível pagar os salários de setembro e outubro. O próximo reembolso será feito em março e só nessa altura poderemos pagar outros salários em atraso", informou.
Clara Lima sublinhou ainda que entende as dificuldades que os trabalhadores estão a atravessar. No entanto, considera que a greve só trará ainda mais dificuldades ao estabelecimento de ensino.
"A greve vai mexer com o volume de formação, o que fará com que o reembolso de março seja menor. Se já temos problemas, vamos passar a ter mais ainda", apontou.
A greve foi convocada em conjunto pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC).