Tal como estabelece a própria legislação, o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) analisou a aplicação da nova lei e os impactos nos padrões de consumo por parte de jovens e adolescentes.
"No período temporal analisado -- ano precedente e subsequente à legislação em estudo -, entre os jovens inquiridos e entrevistados, verifica-se a tendência de manter a frequência de consumos, incluindo de bebidas espirituosas entre os menores de 18 anos", refere a análise do SICAD, concluída em dezembro passado e hoje divulgada.
Contudo, o próprio estudo ressalva que as mudanças na saúde e nos comportamentos das populações se processam geralmente ao longo de um ano e que este estudo analisou um curto período de tempo.
Para esta análise, o SICAD realizou em maio do ano passado um estudo com mais de mil jovens entre os 10 e os 24 anos, tendo concluído que, para os inquiridos, a nova legislação não trouxe "alterações relevantes no padrão de consumo de bebidas alcoólicas".
No estudo constatou-se que entre 9 a 14 por cento dos jovens inquiridos que consumiu álcool no último ano o fez menos vezes do que no ano anterior.
"Globalmente a tendência reside na manutenção da frequência de ingestão de todas as bebidas alcoólicas e de todos os consumos", refere o estudo.
Independentemente do tipo de bebida alcoólica, a maior parte dos jovens bebe menos do que uma vez por semana. No caso da cerveja e das bebidas espirituosas, os jovens bebem sobretudo uma a três vezes por mês.
A cerveja é a bebida tomada com maior regularidade (42% referem um consumo semanal), seguida das bebidas espirituosas (21% declaram beber semanalmente), do vinho (16% refere consumo semanal) e de 'alcopops' - bebida alcoólica em garrafa semelhante a bebida sem álcool e a refrigerante - (14% declaram beber semanalmente).