Em pouco mais de dois anos, as autoridades portuguesas apreenderam, a alegados criminosos, dinheiro, carros e outros bens no valor de 35,5 milhões de euros.
Contudo, ainda que tenha sido criado, em outubro de 2012, um organismo responsável por vender estes bens – Gabinete de Administração de Bens (GAB) –, até hoje nenhum foi vendido, de acordo com o Jornal de Notícias.
Em armazéns da Polícia Judiciária encontram-se dezenas de automóveis Porche, Rolls-Royce, Mercedes, Jaguar, Bugatti, BMW e Harley Davindson apreendidos pelo Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA), também criado na mesma data, através de uma lei que prevê a “venda dos bens perecíveis, deterioráveis ou desvalorizáveis (…) antes da decisão transitada em julgado, quando não constituam meio de prova relevante”.
Trata-se, segundo aquele diário, da aplicação em Portugal e uma estratégia de combate à criminalidade que já é seguida na Europa. “Há criminosos que fazem o balanço entre os anos que podem passar na prisão e o lucro dos crimes. E alguns não se importam e ir para a cadeia, se valer a pena. Mas se, além de presos, ainda correrem o risco de perder os bens, aí já não vale a pena”, explicou o inspetor-chefe da PJ, José Braguês.
Questionado pelo Jornal de Notícias, o GAB justificou o facto de não haver vendas registadas com a indefinição sobre as formalidades e procedimento a adotar no momento da venda.