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Cinco amigas de Sócrates no centro da investigação

Várias interceções telefónicas permitiram ao Ministério Público (MP) juntar à investigação da Operação Marquês cinco amigas de José Sócrates, todas elas beneficiárias de empréstimos e de despesas pagas pelo ex-primeiro-ministro, noticia o semanário SOL.

Cinco amigas de Sócrates no centro da investigação
Notícias ao Minuto

09:32 - 20/02/15 por Notícias Ao Minuto

País Operação Marquês

Sofia Fava, ex-mulher de José Sócrates, Alexandra, casada com um conde francês, Lígia Correia, antiga secretária de gabinetes de governantes socialistas, e outras duas mulheres (uma delas amiga de longa data) estão no centro da investigação da Operação Marquês, conta o SOL.

Segundo o semanário, umas beneficiaram da fortuna do ex-primeiro-ministro (através do pagamento de despesas), já outras desempenharam um papel fundamental no esquema de circulação de dinheiro pelo qual José Sócrates e Carlos Santos Silva estão a ser investigados.

Um dos nomes mais sonantes é o de Sofia Fava, ex-mulher do governante. De acordo com a publicação, algumas das interceções telefónicas feitas deram origem a dúvidas quanto a legalidade de alguns documentos assinados por Sofia e revelaram que o socialista pagava as viagens e estadias da ex-mulher em Paris. Além disso, Sofia Fava está ainda envolvida na venda de um apartamento a uma das empresas de Santos Silva e na compra de uma herdade no Alentejo através de um empréstimo junto ao BES, em que a prestação a pagar ao banco rondava os 4.700 euros. Esta mesma compra levou a que fosse detetado outro esquema: a ex-esposa de Sócrates tinha um contrato de prestações de serviços numa das empresas de Santos Silva, sendo que o seu salário rondava os cinco mil euros, valor que cobria a prestação ao banco.

A empresa que tinha contrato com Sofia Fava é a mesma que fazia passar o dinheiro de uma das avenças de José Sócrates e que o Ministério Público (MP) continua a suspeitar da legalidade.

Um dos outros nomes femininos na investigação é o de Alexandra, mulher de um conde francês com residência em Paris. Esta amiga de José Sócrates era tratada por ‘Condensa’ nas chamadas agora intercetadas. Quanto aos 12 mil euros que ligam José Sócrates e a aristocrata, o socialista diz que não era dinheiro, tratava-se apenas de amizade, escreve o SOL.

O mesmo argumento foi usado por Sócrates e Santos Silva para justificar os 100 mil euros ‘emprestados’ a uma outra amiga do ex-líder ‘rosa’, cuja identidade não foi revelada pelo semanário. O dinheiro foi entregue por transferência bancária e usado para que esta mulher fosse a Paris reunir-se com Sócrates.

Uma outra amiga de longa data está indicada nas escutas telefónicas. O nome também não foi mencionado, mas trata-se da mulher com quem Sócrates falava do andar em Paris e da compra de outros imóveis em Lisboa, um por dois milhões de euros e outro por um milhão.

O último nome mencionado pelo semanário é o de Lígia Correia, antiga secretária que pertenceu a vários gabinetes de governos socialistas. Segundo a publicação, Lígia – que ajudou na compra dos dez mil exemplares do livro de Sócrates – recebia quantias elevadas de dinheiro para pagar despesas pessoais do ex-primeiro-ministro. O dinheiro era levantado das contas de Carlos Santos Silva.

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