O caso, hoje revelado pelo Diário de Notícias (DN), remonta à madrugada de 26 de Março de 2009, mas só agora foi proferida a pena: dois meses de prisão que são substituídos por 60 dias de multa à taxa de sete euros/dia e a transferência para outro posto, por Carlos Nogueira, militar da GNR, ter abandonado o comandante de patrulha.
Tudo aconteceu durante um serviço de patrulha na cidade de Valpaços. O militar Carlos Nogueira saiu do posto acompanhado pelo seu superior hierárquico. Cerca das 4h00, o comandante terá pedido ao cabo que se dirigisse à central de camionagem.
Já na central pediu ao militar Carlos Nogueira que estacionasse entre dois autocarros e, pois se não quando, “rebaixou as costas do banco”, informando que “queria dormir”.
“Ainda perguntei 'e a patrulha? Vai tu se quiseres, eu vou dormir. Amanhã tenho que fazer uns biscates de construção civil, a GNR para mim é um part-time'”, revelou o cabo em tribunal, acrescentando que decidiu ir a pé até ao posto, onde deu conhecimento do caso. Já de manhã, “o chefe da patrulha veio ter comigo, pediu-me desculpa mas tinha mesmo que descansar (…) e que o assunto morria ali”.
Mas não morreu porque uma denúncia anónima deu origem a um processo disciplinar não ao comandante, mas ao cabo. Entende o juiz do processo que o militar devia ficar no carro a acompanhar o 'superior dorminhoco', diz o Ministério Público que já pediu a absolvição de Carlos Nogueira.
Em declarações ao DN, o advogado do militar assegura que vai recorrer da pena que classifica de “inaceitável” por não compreender que “quem procurou cumprir a sua missão seja condenado”.