Artur Baptista da Silva matou por atropelamento duas mulheres, em duas ocasiões diferentes, em Vila Nova de Santo André, noticia a RTP. O primeiro acidente aconteceu em 1998, o segundo cerca de um ano mais tarde.
Condenado a três anos de prisão pelo segundo atropelamento, o auto-intitulado Professor Doutor em Economia Social, acabou apenas por cumprir um ano. A sua alegada formação académica valeu-lhe o tratamento de recluso diferenciado e a liberdade condicional.
No entanto, Baptista da Silva não era quem dizia ser. Do seu percurso académico sabe-se apenas que ficou pelo 11.º ano, o que deita por terra o seu doutoramento em Economia Social e o seu cargo de professor na Universidade Lusófona de Lisboa que, contactada pela RTP, garantiu que Baptista da Silva nunca foi regente em nenhuma cadeira.
Assim, Baptista da Silva enganou toda a gente, incluindo os magistrados já que no processo do arguido não existia uma única prova documental ou currículo profissional que provasse as habilitações académicas e a profissão que Baptista da Silva dizia exercer.
A RTP consultou o registo criminal de Baptista da Silva e verificou que este cometeu dez crimes entre 1982 e 1998, entre os quais burlas, cheques sem provisão e até abuso de confiança, tendo sido condenado a 22 anos e 9 meses de prisão, dos quais só cumpriu dois, graças às atenuantes dadas devido às suas habilitações académicas e profissão.
O suposto economista deu entrevistas a jornais, rádios e televisões e foi convidado como orador por instituições como o International Club de Portugal, na qualidade de economista e coordenador do Observatório Económico e Social da ONU, professor de uma universidade norte-americana e consultor do Banco Mundial.