"Se todo o trabalho prestado pelas empresas do setor fosse regularizado as receitas fiscais e para a Segurança Social iriam aumentar. Ao mesmo tempo, se todos os trabalhadores cumprissem o horário de 8 horas poderiam ser criados mais 8.000 postos de trabalho no setor", disse à agência Lusa o vice-presidente da AES, Jorge Couto, no final de um encontro com jornalistas.
Segundo Jorge Couto, é habitual em muitas empresas os seus seguranças e vigilantes cumprirem horários de 12 horas em vez, das oito horas legais, e não declararem o trabalho extraordinário.
Atualmente as 93 empresas de segurança empregam cerca de 36.000 trabalhadoras, quando em 2010 empregavam 41.000.
A maioria dos trabalhadores do setor (90%) estão contratados em 10 ou 12 empresas do setor, mas, segundo o dirigente da AES, "pouco mais de 4 cumprem na íntegra todas as regras".
A AES promoveu um encontro com jornalistas para explicar as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor, nomeadamente a concorrência desleal.
A Associação de Empresas de Segurança reuniu-se há cerca de duas semanas com o secretário de Estado Adjunto da Ministra da Administração Interna, Fernando Alexandre, para lhe pedir que melhore a lei da formação profissional do setor e que ajude a combater as más práticas de algumas empresas de vigilância privada.
A AES propôs ao governo a criação de uma equipa inspetiva multidisciplinar composta pela Polícia de Segurança Pública, Autoridade para as Condições do Trabalho, Autoridade Tributária e Aduaneira e Instituto de Segurança Social IP, com o objetivo de combater as más práticas que resultam em concorrência desleal no setor.