Para assinalar a passagem de quatro anos sobre a manifestação de 12 de março de 2011, a Academia Cidadã organiza a Primavera Cidadã-Semana da Cidadania 2015, que prevê a realização de várias atividades gratuitas, em Lisboa, a partir de quinta-feira, culminando no debate "Comunidade e Governação" e na exibição do documentário "Dreamocracy", de Raquel Freire e Valérie Mitteaux, no sábado.
Na quinta-feira, 12 de março, a Associação Amigos do Minho (Intendente, Lisboa) promove uma festa que será animada pela dupla de espetáculo circence Gonçalo Beira e Cláudio Fernandes, bem como pelo o DJ Cumbidado.
A Festa das Gentes, no Clube B.Leza, realiza-se na sexta-feira, 13 de março. Inclui um 'workshop' do grupo de dança Batoto Yetu e concertos das Batucadeiras Sabura Txabetinha e dos Bambaram.
A 14 de março, sábado, realiza-se o debate "Comunidade e Governação", que tem por objetivo discutir "como se constrói uma cidade e se concilia o trabalho das associações e movimentos com a ação política das instituições oficiais", segundo a organização.
Ao final da tarde, será exibido o documentário "Dreamocracy", de Raquel Freire e Valérie Mitteaux, sobre a fundação da Academia Cidadã, os desafios da democracia e o espaço de participação cívica português e europeu.
"O filme retrata um Portugal em crise: o desespero das pessoas para sobreviveram no quotidiano e as tentativas de luta contra a desumanização, pelo direito universal a uma vida digna. Um outro olhar sobre o ativismo contemporâneo, que parte de casa, da internet e sai para a rua à procura da mudança real e de novos paradigmas", explica a organização.
No final, as realizadoras do documentário e vários ativistas da Academia Cidadã conversam com o público.
Ainda no âmbito das iniciativas da Primavera Cidadã 2015, cerca de duas dezenas de ativistas estrangeiros estarão em Lisboa onde irão conhecer vários projetos com visitas, nomeadamente a organizações como o Moinho da Juventude (Cova da Moura), Salamandra Dourada (Ameixoeira), Renovar a Mouraria, Chapitô (Alfama) entre outros.
A 12 de março de 2011, pela primeira vez, um protesto convocado nas redes sociais e não vinculado a partidos políticos ou sindicatos, conseguiu reunir o maior número de manifestantes desde o 25 de Abril de 1974, nas ruas de 11 cidades portuguesas e também no estrangeiro.
Até hoje, o protesto foi apenas superado pela manifestação promovida pelo movimento "Que se lixe a troika!", realizada a 15 de setembro de 2012.
A manifestação do movimento "Geração à rasca" reivindicava melhorias na educação, nas condições de trabalho e o fim da precariedade laboral, e reuniu nas ruas milhares de manifestantes, sobretudo jovens, mas também de outras idades e de movimentos, grupos de diferentes identidades e ideais, como a defesa da condição da mulher ou dos direitos dos homossexuais, e que, no conjunto, iam da extrema-esquerda à extrema-direita, alguns mesmo de caráter ultranacionalista ou neonazi.