Segundo os resultados do inquérito, a que a agência Lusa teve acesso, nenhum dos 1.227 oficiais inquiridos considera que José Pedro Aguiar Branco esteja a cumprir o seu papel.
Neste inquérito, que é apresentado esta tarde num encontro promovido pela AOFA em Lisboa, 74,9 por cento dos militares aponta as associações socioprofissionais como entidades que melhor têm defendido as Forças Armadas, com 16,2% a acharem que ninguém se tem batido pelos seus "direitos e interesses".
Por outro lado, 88,3% dos inquiridos consideram que a influência dos políticos nas Forças Armadas deveria ser mais moderada e 62,2% que a forma como são escolhidas as chefias militares é o fator que mais contribui para a influência político-partidária na instituição castrense.
A esmagadora maioria dos militares inquiridos tem ainda uma opinião negativa em relação à evolução nos últimos dez anos das condições de operacionalidade (34,8% dizem que pioraram muito e 45,6% que pioraram), de trabalho (para 25,7% pioraram muito e para 41,8% pioraram), de segurança (pioraram muito para 20,5% e pioraram para 38,8) e remuneratórias (50,6% consideram que pioraram bastante).
Neste inquérito de 34 perguntas, 87,9 por cento dos mais de 1.200 oficiais das Forças Armadas rejeitam que tenham de ser os próprios militares a financiar o seu sistema de assistência na doença, enquanto 86,6% afirmam que o atual modelo assistencial não respeita os princípios da condição militar.
Já 77,6% das respostas apontam o novo Estatuto dos Militares das Forças Armadas (Emfar), cuja revisão está em curso há mais de um ano, como um diploma que "não acautela e até agrava os direitos e interesses dos militares".